Emendas com solda ou emendas sem solda?
Uma emenda com solda é melhor que uma emenda sem solda? Em qual emenda você confia mais, emenda simples ou emenda com estanho? Será que em caso de curto-circuito essas emendas vão se comportar de forma diferente? Neste artigo vamos mostrar um teste na prática, de cabos com emenda feitas com solda e sem solda, para ver o que acontece com as emendas. Então vamos lá pessoal.
Emendas de cabos e fios com estanho e sem estanho geram uma grande discussão entre os eletricistas. Tem eletricista que não abre mão de realizar soldas com estanho nas emendas, outros eletricistas não usam pois dizem que é proibido.
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Para os eletricistas que acham que emendas com estanho é proibido, na parte de conexão de condutores da norma NBR 5410, tem um item que trata deste tema. Na nota do item 6.2.8.2 fala que: “é aconselhável evitar o uso de conexões soldadas em circuitos de energia. Se tais conexões forem utilizadas, elas devem ter resistência à fluência e a solicitações mecânicas compatível com a aplicação.” Quando a norma diz “Aconselhável evitar” não está proibindo o uso das emendas com soldas.
Emendas com solda x Emendas sem solda
Independente dessa discussão toda, o objetivo nosso é testar as duas emendas em caso de curto circuito. A ideia destes testes não é ver quem rompe primeiro, mas sim se vamos notar uma grande diferença entre uma emenda e outra.
Para realizar nossos testes vamos utilizar uma “máquina de curto-circuito” que é capaz de fornecer 300A. Primeiro vamos aplicar o curto-circuito em uma emenda de cabo flexível sem estanho. O cabo aquece bastante e resiste apenas alguns segundos até se romper, porém a emenda não esquenta a ponto de ficar incandescente igual o cabo.
Depois vamos repetir o teste em uma emenda com cabo flexível e estanho. Como aplicamos uma corrente muito alta o cabo resiste apenas alguns segundos, o fluxo do estanho fica borbulhando e o próprio estanho derrete.
Fio Rígido
Para não ficar nenhuma dúvida vamos repetir os mesmos testes no fio rígido. Primeiro uma emenda sem estanho no fio rígido. Assim como nos testes anteriores no cabo flexível a emenda em si não aquece a ponto de incandescer.
No teste da emenda de fio rígido com estanho, aconteceram duas coisas curiosas, uma é que deu para ver o estanho derretido perfeitamente e borbulhando, além do fio ter rompido em dois pontos distintos.
Uma das conclusões que podemos tirar destes testes, é que o tempo que os cabos suportam em curto-circuito entre a emenda com ou sem estanho não é diferente, a ponto de ser uma vantagem ou desvantagem. Quando testamos com duas emendas juntas, o tempo para romper é maior pois a corrente se divide entre os cabos, e por isso as emendas aqueceram a ponto de incandescer.
Outra conclusão é que em nenhum teste o ponto da emenda foi o ponto onde o cabo rompeu, e isso acontece porque naquele ponto da emenda, devido a quantidade maior de cobre sobreposta o material tem uma resistência diferente.
A grande diferença das emendas com estanho é que são mais resistentes mecanicamente em caso de emendas mal feitas. Isso acontece porque a liga de estanho acaba juntando os cabos, mas como vimos pelos testes, no caso de curto circuito não houve nenhuma grande diferença que realmente reprovasse o uso do estanho nas emendas.
O Mundo da Elétrica sempre esta à procura de trazer conteúdos, que geralmente causam controvérsias entre os eletricistas. Neste vídeo do canal Mundo da Elétrica, falamos sobre a polêmica fio x cabo flexível, qual condutor é mais bruto?
Sempre que precisamos tirar alguma dúvida devemos consultar as normas e caso não consiga achar a resposta da sua dúvida, lembre-se sempre que o Mundo da Elétrica esta aqui e em diversas plataformas digitais.
Sobre o autor
Eletricista desde 2006, Henrique Mattede também é autor, professor, técnico em eletrotécnica e engenheiro eletricista em formação. É educador renomado na área de eletricidade e um dos precursores do ensino de eletricidade na internet brasileira. Já produziu mais de 1000 videoaulas no canal Mundo da Elétrica no Youtube, cursos profissionalizantes e centenas de artigos técnicos. O conteúdo produzido por Henrique é referência em escolas, faculdades e universidades e já recebeu mais de 120 milhões de acessos na internet.
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